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Sobre o Bem e o Mal de Cada Um

Published by Adriana Neumann under on 5:03:00 PM
No dia 27 de novembro de 2008, o sol saiu. Hoje, dia 29, estamos com uma chuva que vai e volta. Mas, melhor assim, ela vai lavando a rua e as feridas da cidade. Acreditamos que o pior já aconteceu.


As fotos que circulam na internet e o que dizem os telejornais já nos dão as imagens claras de tudo que aconteceu. Portanto, não vou me estender narrando e descrevendo as cenas vistas nestes dias. Eu quero mesmo é falar sobre lições aprendidas.

Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso, ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos. As cenas e situações vividas nestes últimos dias nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência. Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperá-la no seguinte.

Que Deus tenha piedade daqueles:

- que se aproveitaram da situação para fazer saques em supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros;
- que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres;
- que chegaram a pedir R$5,00 por um litro de água mineral e R$ 150,00 por um botijão de gás em Itajaí;
- que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas;
- que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas; - que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava;
- que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.

Da mesma forma, que Deus abençoe:

- aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram para ajudar de qualquer forma e estão desde domingo trabalhando incansável e voluntariamente;
- os voluntários que se despiram de seus postos importantes na sociedade e hoje puxam carrinhos, varrem o chão, descarregam e carregam carros e caminhões com doações - e ainda com bom humor, até se atrevendo a uma piada pra descontrair;
- as mulheres que se esqueceram do que é vaidade e trabalham no meio da lama para separar roupas e alimentos para os necessitados;
- os bombeiros e seus cães, que têm trabalhado sem descanso no resgate de vítimas soterradas, algumas com vida;
- a mulher que perdeu tudo e agora cozinha para os bombeiros para não enlouquecer - e cozinha com amor, porque o cheiro da comida é delicioso e chega longe;
- os soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul;
- os bravos gaúchos, tantas vezes vítimas de nossas brincadeiras, que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos;
- o pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa;
- as pessoas que cozinham para milhares de estranhos, tanto os desabrigados como os voluntários da triagem;
- o empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitas em um abrigo;
- o Brasil, que chorou nossos mortos e nossas perdas.

Enfim, que Deus abençôe todos aqueles que sabem que nenhum homem é uma ilha e que a tristeza de um é a tristeza de todos.

1 comentários:

Flávio Souza disse... @ 29 de novembro de 2008 às 18:25

É nestas horas que os seres humanos (para o bem e para o mal) realmente aparecem.

É assim que os conhecemos...

E nos conhecemos!

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