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A Borboleta e o Sepulcro

Published by Adriana Neumann under on 10:47:00 AM
Bom, pelo meu último texto, deu pra perceber como meu humor andava nesses últimos dias. Sabe crise existencial? Pois é...

Assim, tal como acontece com a borboleta, fechei-me no meu casulo e pus-me a pensar na vida. Não foi fácil, até porque não podia simplesmente me isolar, já que há pessoas que dependem de mim: o marido, a família, as pessoas do trabalho. Enfim, jogar tudo pro alto seria algo egoísta e inconseqüente. E justamente o egoísmo era um assunto que me incomodava e em razão do qual resolvi rever minha vida.

Agora, de repente, como acontece com a borboleta, soltei-me do casulo e posso colocar aqui minhas conclusões, não sem certo constragimento, mas por outro lado, com o orgulho de ter crescido. Portanto, não me envergonho de todo.

Algo como dizer: "Eu pesava 108 kg e hoje sou magra". Ou seja, houve vitória sobre uma adversidade. Constrangida estaria se dissesse: "Tenho 108 kg, e daí?"

(Em tempo: só estou fazendo uma ilustração, nunca pesei 108 kg)

Pois bem, há certo tempo eu sentia uma certa superficialidade na minha vida. Vaidade, vida social, passeios, compras e coisas do gênero eram o que ocupavam meu tempo e minha mente. Embora eu sempre tenha tido sede pelo saber e também sempre tivesse cultivado com esmero minha vida interior, o fato é que esses outros pensamentos, como se fora colesterol ruim, obstruiam as vias de passagem de fatos, pensamentos e ações que me enriquecessem espiritualmente.

Assim me vi egoísta e narcisista. Encarava o espelho e não me conhecia mais.

Um dia parei e pensei qual seria meu legado para quando partisse. Que lições, impressões e exemplos eu deixaria. Seria eu substituída em meu lugar no mundo ou faria diferença a ponto de ser sucedida?

Foi um período doloroso e difícil, porque encarar as próprias falhas, sem tranferência de culpa para terceiros, é algo que incomoda muito e requer, antes de tudo, maturidade.

Concluí que fui rendida pelo pensamento contemporâneo, voltado ao consumo e ao hedonismo e esquecido do altruísmo e da abnegação. Fui tragada pelo tempo ou pela falta dele e deixei de me ocupar com o cultivo dos tais sentimentos nobres, da amizade, da arte, da música e da contemplação na natureza e de todas as coisas que nos fazem melhor e fazem a vida valer a pena.

E um adjetivo do meu amado Jesus que me veio à mente: sepulcro caiado. Seria nisso que estava me transformando? Será que, por baixo da argamassa que me cobre poderia encontrar algo de valor?

Penso que, naquele momento, talvez estivesse sendo muito dura comigo e hoje vejo que ainda tinha o interior nobre. Mas, como disse antes, haviam muitos obstáculos obstruindo meu caminho e mascarando o que eu tinha de melhor.

Mas, naquele momento, eu só pude cair em oração e pedir a Deus que me resgatasse.

Portanto, com a ajuda d´Ele e só d´Ele, decidi fazer a diferença. Resolvi voltar-me para mim mesma e resgatar meus sentimentos mais nobres. Pensar no próximo e fazer algo por ele. Melhor de tudo: isso não se resumiu a palavras e meus atos, minhas intenções e meus sentimentos revelam que eu estou tendo sucesso nesse propósito.

Por isso, digo que nunca Deus deixa de responder aquele que O busca com o coração contrito. Não para as coisas materiais, porque isso se resolve, de uma forma ou de outra, mas na busca pelo real sentido da vida.

Mas, houve duas conseqüências tristes de eu ter passado por esse momento de introspecção, que foi não ter feito a devida homenagem pelos aniversários de duas pessoas muito especiais. Que fique isso como um grande e humilde pedido de desculpas.

A primeira delas é minha sobrinha Cristina. Sobrinha por adoção, porque, na verdade, o tio é o Jorge. Mas, eu a considero assim de coração, porque fui tão bem acolhida, que não poderia sentir de outra maneira.

A Cristina é realmente incrível. Pelo exterior, ela já dá mostras do que é e a que veio. Loira, alta, segura de si e com um sorriso radiante, não passa despercebida de maneira nenhuma. Quando a conhecemos melhor, notamos sua personalidade marcante, sua presença de espírito e sua bondade.

Atualmente, ela passa por um momento sublime: vai ser mãe em breve. Cecília é o nome dessa sobrinha-neta já tão amada por todos.

Essa felicidade é merecida e espero que dela a Cristina desfrute por muitos anos.

A outra pessoa é a minha querida amiga Priscila Galieta, que entrou na minha vida de maneira supreendente. Nos conhecemos pela internet e, antes que alguém diga que relacionamentos cibernéticos são superficias, eu já adianto que foi assim que conheci também o Jorge, meu amor.

E o que dizer da Priscila?Antes de mais nada, que nós nos escolhemos como irmãs e isso não tem volta. Somos responsáveis uma pela outra, por termos nos cativado assim. Mas, eu jamais faria essa escolha tão importante se a Pri não fosse realmente especial. Ela é linda, extremamente amável, engraçada, culta. É dançarina, fotógrafa, escritora, versada em LIBRAS e uma grande contadora de "causos". Mas, o mais importante, ela tem um coração generoso e bom. Estar na presença dela é um privilégio e fico muito feliz por partilhar da sua amizade.

Dado que elas são tão especiais e que delas não falei, dá pra ver a importância do momento de descoberta pelo qual eu estava passando. Espero que elas me perdoem.

Grande beijo a vocês, minhas queridas!

1 comentários:

Christina Frenzel disse... @ 17 de agosto de 2006 às 17:11

Poxa, fiquei até com vergonha... :(
Muito obrigada pelo carinho, por tudo mesmo, viu?
A Cecília está aqui pipocando, dizendo que também agradece por tudo!
Beijos grandes e que seus novos vôos sejam lindos, borboleta!

Smack!

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