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Confissões ao pé da lareira

Published by Adriana Neumann under on 6:16:00 PM
Nada melhor que uma lareira num dia de frio para trazer à tona as mais loucas histórias. Principalmente se a conversa for acompanhada de um bom vinho.

Foi nesse cenário que ouvi o ocorrido com Regina Célia, Paulo Márcio e Cornélio Eugênio, na pousada Quero-Quero e Pica-Pau, localizada na fictícia cidade de Pau Grande.

Regina Célia e Paulo Márcio se amavam. Mas, era um amor proibido, porque ela havia se atado a Cornélio Eugênio pelos sagrados laços do matrimônio. No entanto, seu coração estava irremediavelmente perdido para Paulo Márcio.

Regina Célia lutou com todas as suas forças contra esse sentimento bandido, mas ficou cega de paixão e luxúria e resolveu consumar seu amor por Paulo Márcio naquele final de semana.

Chegaram em sua suíte e prontamente arrancaram suas roupas, consumidos na lascívia daquele momento, misturando seu suor, em pleno conhecimento de ambos, no sentido bíblico. Se amaram de todas as formas e em todos os lugares, entre gemidos, sussuros e juras de amor eterno.

Porém, não podiam contar com o fato de que Cornélio Eugênio, por ser um marido ciumento e desconfiado, resolveu seguir o rastro dos dois e surpreender sua mulher na indecente condição de flagrante-adúltera.

Encontravam-se naquela cama, testemunha viva do pecado da carne, tal qual vieram ao mundo, vestidos apenas pelos eflúvios oriundos da conjunção carnal a que se entregaram naquele momento de loucura, quando ouviram bater à porta.

- Abre aí mulher, sou eu!

Porntamente, Regina Célia identificou a voz de seu cônjuge e apavorou-se. Porém, mais insano ficou Paulo Márcio, prevendo uma sequência de atos que terminariam em sangue - o seu próprio.

Assim, prontamente e sem pensar em gentilezas e rapapés cavalheirísticos, pulou pela janela da pousada, indo parar em um grotão por demais profundo e onde os gerentes do estabelecimento haviam instalado justamente o dispositivo de alarme do local.

A partir daquele momento, o silêncio daquele local bucólico foi substituído por estrondosa desordem, que começou com o alarme disparando e continuou com Cornélio Eugênio arrombando a porta do antro do pecado e encontrando sua mulher envolta em um lençol e banhada em lágrimas, balbuciando algumas palavras:

- Amor, não é o que você está pensando... eu só vim até aqui para descansar.

- Ah é? E de quem é o carro que `tá parado lá fora?

Naquele momento, Regina Célia percebeu o grande erro que havia cometido: cegada pela paixão, não pensou que melhor teria sido ir à pousada com seu próprio carro, para ter uma boa desculpa, no caso de ser descoberta, como o fora agora. Engoliu em seco e começou a protestar:

- Cornélio Eugênio, por favor... não pense mal de mim, eu fui seduzida...

- Seduzida, Regina Célia? Onde é que você estava com a cabeça? 48 anos, duas filhas, um neto a caminho... você merece é levar uma surra de criar bicho, mulher!!

- Não Cornélio, por favor! Pense no trauma que vai causar nas suas filhas e pense no seu neto que vai nascer.

- `Tá bom, `tá bom, em nome do nosso casamento, eu vou te poupar, mas aquele desgraçado não escapa. Cadê ele?

- Sei lá Cornélio, pulou pela janela.

Paulo Márcio, àquela altura, corria nú pela densa mata que cercava a pousada e onde havia uma colméia de abelhas selvagens que havia se deliciado em picadas na sua herança familiar.

Ele, que pensou que sairia daquela experiência em êxtase amoroso e prejudicado pela infinita sequência de atos libidinos, acabou prejudicado, sim, mas por causa da ousadia das abelhas.

E o pior é que, sem conseguir por as mãos em Paulo Márcio, Cornélio Eugênio descontou sua sanha assassina em seu carro, quebrando-lhe todos os vidros, arranhando a lataria e furando seus pneus.

Regina Célia foi arrastada pelos cabelos para casa. Cornélio Eugênio não lavou sua honra como gostaria, mas conseguiu trazer de volta a paz ao seu lar.

Paulo Márcio foi socorrido no hospital da cidade, onde constataram que a única saída para sua sobrevivência seria a castração, diante dos estragos que lhe fizeram as abelhas selvagens. Hoje, ele trabalha como eunuco em um harém em algum país do Oriente Médio.

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