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TDAH

Published by Adriana Neumann under on 7:45:00 AM
Essa semana, Das Dores e Tati puseram os pés pelas mãos, pelo mesmo motivo: não souberam mais uma vez deixar as palavras dentro da boca e, mais uma vez, falaram o que não deviam.

Das Dores mora no sertão pernambucano, é casada, pobre, parda e tem cinco filhos. Tati mora em São Paulo, nos Jardins, é solteira, classe média alta, loira e linda.

O marido de Das Dores disse que ela teve um chilique e que o que lhe falta é mais uma trouxa de roupa suja pra lavar. A mãe de Tati disse que isso foi devido ao stress causado pelas intempéries da vida cotidiana, que afeta mais fortemente os sensíveis.

Das Dores foi levada a uma benzedeira, que disse que ela sofria dos nervos e lhe receitou uma garrafada. Tati foi levada a um psiquiatra, que diagnosticou um transtorno e lhe prescreveu Ritalina.

Hoje, Das Dores e Tati estão unidas pela dor e ainda sofrem. Pelo mesmo motivo.

3 comentários:

Fernando Maximiano disse... @ 29 de abril de 2010 às 13:46

.

Poderia contar minha história aí tb. Como TDAH assumido e comprovado, aprendi a lidar com o que acontece em minha mente. Mas antes disso, era tal e qual a Das Dores e Tati.

João Gilberto Saraiva disse... @ 29 de abril de 2010 às 21:56

A dor se mostra universal, basta resolvermos suas causas para que ela se mostre em mais uma das suas infinitas formas.

Bom texto, até mais doutora.

João Gilberto Saraiva disse... @ 30 de abril de 2010 às 10:43

Obrigado pelo comentário, coloquei seu blog naquela lista das atualizações para não perdê-lo de visto.

Até mais doutora¹.

¹É um vício meu chamar os escritores de doutores
: )

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