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Pamina

Published by Adriana Neumann under on 9:41:00 AM
Dizem que as pessoas escolhem os nomes de seus filhos segundo seu desejo quanto ao modo deles serem e agirem diante do mundo.

Assim foi que, há dois anos, adotei uma poodle e dei a ela o nome de Pamina, personagem da ópera 'Die Zauberflöte', moça tranquila, doce e sonhadora. Um pouco medrosa, por certo, mas a heroína da história. E assim eu esperava que fosse a minha filha canina, uma calma e doce companhia para as noites, depois que eu voltasse do trabalho.

Vendo o video que eu acabei de postar, em que contracenam Pamina e sua mãe, a Rainha da Noite, vi que o tiro saiu pela culatra. Seu nome é Pamina, mas ela está mais para Rainha da Noite, meio louca e com personalidade forte, decidida, agitada. Aliás, seus latidos também se assemelham às agudas notas da maravilhosa personagem.

Mas, pensando bem, levando isso para o lado 'humano', o que eu quereria de uma filha? Ser obediente, tranquila, cordata e medrosa? Ou destemida, audaz e polêmica? Afinal, todos gostam da Pamina, mas se apaixonam pela Rainha da Noite. Todos sabem que Pamina é o amor de Tamino (e torcem por seu final feliz), mas se lembram da ópera pela curta e estrondosa participação de sua mãe.

Acontece que essas elocubrações não levam a nada. Filhos são o que são e não o que se deseja que eles sejam. E o grande desafio é não se enxergar neles, mas neles ver um mundo de possibilidades.

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