Uma Roubada Divertida
Published by Adriana Neumann under on 10:03:00 AM
Já virou tradição. Duas vezes por ano, o Shopping Neumarkt em Blumenau faz a promoção 'Três Dias de Loucura'. Pelo nome, já dá pra se ter uma idéia do que é. Todas as lojas colocam araras e cestas na sua porta, do lado de fora, para oferecer algumas peças, a preços módicos. O povaréu toma conta, mulheres disputam a tapa o último par de sapato 37 e o até então respeitável e elegante mall vira uma arena com toques de 25 de Março. Este ano, a promoção aconteceu neste final de semana que passou.
Pois foi justamente neste sábado que eu resolvi ir passear no shopping, a primeira vez depois da cirurgia pra colocada de parafusos e pinos no tornozelo. Eu não posso andar ainda e por isso fui de cadeira de rodas, o que não é propriamente recomendável fazer dentro de um burburinho desses.
Uma pessoa mais razoável e menos desligada não iria se arriscar, mas estamos falando aqui de alguém que conseguiu detonar o tornozelo e fraturar a fíbula apenas indo pendurar roupa no varal. Então, era de se esperar que eu tivesse esse tipo de ideia.
Amore foi um fofo, de uma paciência linda e comovente. Não só concordou com o programa de índio como ainda empurrou a cadeira. Claro que, como bom grilo falante, não deixou de agir com o bom senso que lhe é peculiar e tentou me dissuadir. Mas, imagina, eu nunca perdi os três dias de loucura... não seria desta vez que isso ia acontecer!
Não preciso dizer que foi uma aventura e que me diverti muito contando as pessoas que não disfarçavam e me olhavam com aquela cara que era uma mistura de nojo, raiva e pena. Elas eram inevitavelmente atraídas pela minha perna e nela mantinham o olhar fixo, como que hipnotizadas. No entanto, acho que se decepcionavam, porque viam apenas a bota de uma pessoa temporariamente impossibilitada de caminhar. Nada de fratura exposta, sangue, pus. Nada de histórias tristes de uma doença incurável que teria me causado uma paralisia permanente. Daí, concluí que as pessoas gostam mesmo é das tragédias.
Mas, a verdade é que deve ser cadeirante é uma coisa complicada mesmo. Não há rampas em todos os lugares nem portas largas. Além disso, ninguém olha mais o rosto dos deficientes - ou o olhar envergonhado é desviado ou ele é escancaradamente dirigido à cadeira, às muletas, às pernas, quando, na verdade, o que eles querem é apenas um olá.
De fato, nada é por acaso. Ver a vida com outros olhos e sob outro ângulo é sempre uma experiência interessante.
Pois foi justamente neste sábado que eu resolvi ir passear no shopping, a primeira vez depois da cirurgia pra colocada de parafusos e pinos no tornozelo. Eu não posso andar ainda e por isso fui de cadeira de rodas, o que não é propriamente recomendável fazer dentro de um burburinho desses.
Uma pessoa mais razoável e menos desligada não iria se arriscar, mas estamos falando aqui de alguém que conseguiu detonar o tornozelo e fraturar a fíbula apenas indo pendurar roupa no varal. Então, era de se esperar que eu tivesse esse tipo de ideia.
Amore foi um fofo, de uma paciência linda e comovente. Não só concordou com o programa de índio como ainda empurrou a cadeira. Claro que, como bom grilo falante, não deixou de agir com o bom senso que lhe é peculiar e tentou me dissuadir. Mas, imagina, eu nunca perdi os três dias de loucura... não seria desta vez que isso ia acontecer!
Não preciso dizer que foi uma aventura e que me diverti muito contando as pessoas que não disfarçavam e me olhavam com aquela cara que era uma mistura de nojo, raiva e pena. Elas eram inevitavelmente atraídas pela minha perna e nela mantinham o olhar fixo, como que hipnotizadas. No entanto, acho que se decepcionavam, porque viam apenas a bota de uma pessoa temporariamente impossibilitada de caminhar. Nada de fratura exposta, sangue, pus. Nada de histórias tristes de uma doença incurável que teria me causado uma paralisia permanente. Daí, concluí que as pessoas gostam mesmo é das tragédias.
Mas, a verdade é que deve ser cadeirante é uma coisa complicada mesmo. Não há rampas em todos os lugares nem portas largas. Além disso, ninguém olha mais o rosto dos deficientes - ou o olhar envergonhado é desviado ou ele é escancaradamente dirigido à cadeira, às muletas, às pernas, quando, na verdade, o que eles querem é apenas um olá.
De fato, nada é por acaso. Ver a vida com outros olhos e sob outro ângulo é sempre uma experiência interessante.
2 comentários:
Só não concordei com o título... como um passeio com a minha gata poderia ser uma roubada??
Hm, olha o Amore aí se pronunciando... Tenho que dar minha opinião, né, afinal, este é o objetivo dos comentários.
Ok, ok...
Dri, pelamordeDeus, 3 dias de loucura são insanos, com ou sem cadeira de rodas, fia!!!!
Beijos ;)
Postar um comentário