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Panorâmica

Published by Adriana Neumann under on 12:09:00 PM
Hoje fui fazer uma radiografia panorâmica da minha arcada dentária. Tudo começou porque eu vinha sentindo umas dores na mandíbula direita, que foram aumentando até eu não conseguir comer carnes ou outros alimentos mais resistentes. Aí fui à dentista, ela falou que minha mordida está assim-assim e sinalizou para uma provável colocação de aparelho ortodôntico.

Ahhh que coisa mais linda, pensei na hora. Pode parar né? 41 anos na cara, já usando óculos pra presbiopia e agora com aparelho nos dentes. A própria Ugly Betty! O que mais vem no pacote? Cravos e espinhas? Sim, porque só falta isso.

Aliás, em se confirmando o trágico vaticínio, adeus qualquer tentativa de chegar a algo parecido com uma diva ou uma musa sexy. Com aqueles espetos nos dentes, sem chance... sem contar as limitações nos beijos e outras manifestações eróticas, principalmente se for com aquelas borrachinhas.

Mas, pra não passar o resto da vida à base de sopinhas, me resignei, parei de bater as perninhas e fui à tal clínica radiológica fazer a bendita panorâmica. Não preciso dizer que me senti a própria estranha no ninho. Sala de espera lotada, um bando de adolescentes falando sobre técnicas de cola na prova, e a 'tia' aqui sentada lendo sua Caras básica. Enfim, coisas da vida...

Chegou a minha vez e foi aquele 'Chega pra frente. Morde. Estica o queixo. Iiiisso!' E tudo olhando pra um espelhinho que revelava o óbvio: eu estava ridícula. Depois, fiquei lá esperando o resultado e voltei a folhear a minha Caras, onde havia a foto impagável da Paris Hilton com um casaquinho versão pink-barbie da roupitcha de Papai Noel.

Terminada a 'leitura', passei a uma Veja mais ou menos nova. E foi aí que eu tive uma grata, gratíssima surpresa: a crítica da Isabela Boscov ao novo filme da Angelina Jolie, que não sei o nome, não vi e não gostei.

Pra começo de conversa, não gosto da Angelina Jolie (peraí, vou lá em casa pegar meu elmo pra me proteger dos tomates e ovos podres, e já volto). Ela é belíssima e tal, não dá pra negar, mas é de uma sensualidade óbvia demais. Parece que já acorda com aquela cara de 'vem me comer!' Aliás, acho que até diante do tal do espelhinho do aparelho de raio-x da panorâmica, ela teria essa mesma cara. Óbvia e cansativa.

Na verdade, prefiro a sensualidade velada, aquela que tem que ser descoberta aos poucos. Se eu fosse homem, iria preferir as tolinhas que não tem noção da própria beleza e que não se esforçam pra parecer sempre gostosas, sempre sensuais, sempre perfeitas. Mas, penso que grande parte dos homens, talvez a maioria, não gosta de sutilezas nem de coisas ocultas. O que vale pra eles é o que está na cara, evidente, óbvio e fácil de descobrir. E é por isso que a tal da sensualidade óbvia faz tanto sucesso.

Agora me lembro que uma vez, num excesso de sinceridade, cheguei a comparar a A.J. à madrasta da Branca de Neve. Pura maldade da minha parte... Mas, pensando bem, até que eu não tenho uma certa razão? É só olhar as fotos aí embaixo:




Bom, antes que me digam horrores, quero dizer em minha defesa que sempre achei as vilãs mais interessantes que as mocinhas sofredoras e chorosas. São mulheres com mais potencial histriônico, mentes mais brilhantes, personalidade mais forte e que fazem acontecer. As mocinhas, bem, as mocinhas são aquelas que passam a eternidade justamente do modo contrário: esperando que as coisas aconteçam... e chorando muito nesse meio tempo.

Então, se isso serve pra aliviar minha barra, o fato de eu ir contra a quase unanimidade também. Afinal, a unanimidade é burra, como já disse o filósofo...

Mas e o filme? ahhh tá, o filme...

Quando eu fui assistir Marley e Eu, antes do filme havia um trailer desse de que eu venho falando. Claaro que eu não pude deixar de fazer a inevitável comparação entre a protagonista do Marley - Jennifer Anniston, que eu adoro - e a La Jolie. Enquanto a primeira interpretava a mulher comum - profissional, esposa, mãe e apaixonada por seu cão - de uma maneira contida e sincera ( e por isso mesmo, encantadora) , a 'Deusa' pensava que ser boa atriz é fazer uma maquiagem com olheiras bem profundas, chorar, berrar até colocar os bofes pra fora. 'Gimme my chiiiiiiild! Gimme my sooooon!', ficava ela a repetir aos gritos - coisa mais irritante...

Mas, essa foi a MINHA impressão. E, como eu disse em outro post, não entendo lhufas de cinema e vou no caminho contrário de todos os críticos. Além disso, existe essa minha implicância... Depois, então, de saber que a mulher até corre o risco de ganhar um Oscar por esse filme, resolvi ficar na minha e não manifestar essa minha opinião a ninguém, sequer aos meus botões.

Foi aí que eu vi a crítica da Isabela Boscov que, de certa maneira, ia ao encontro do que eu achava. Ela dizia que a interpretação dela era exagerada e inconveniente, digna de quem busca desesperadamente a estatueta, o que levou até o diretor, geralmente discreto, a se render a tais achaques.

Ai gente, fiquei orgulhosa de mim. Finalmente, eu entendia um pouquinho de cinema. Finalmente não estava pensando bobagem. Ahhh q delícia!

Agora eu chego a achar que pode até haver algum habitante deste planeta que pense como eu. Quem sabe até há muitos, que são daquele tipo que hesita em confessar alguma indiscrição em público. Quem sabe esses agora saem do armário e se apresentam... quem sabe saio dessa minha solidão opinativa!

Essas coisas acontecem... há situações que pensamos enfrentar sozinhos até que a confessamos. Prontamente, vem um solidário que vivencia o mesmo problema.

Quer ver? Experimente dizer que recentemente tratou de uma berne ou que está tomando remédio pra vermes. Certamente, você pensará que é o ser mais brega do mundo (sim, porque há doenças bregas também) e que ninguém mais elegante sequer passou perto de tal experiência. Mas, se você disser isso em público, inevitavelmente haverá uma meia dúzia de corajosos que dirão: 'Eu também!' E aí você também sairá da sua solidão.

E pensar que eu só queria falar da minha radiografia panorâmica...

6 comentários:

Anônimo disse... @ 23 de janeiro de 2009 às 12:58

Putz, fala sério... ninguém merece aparelho depois dos 20 anos, tia!

NOBODY!

:s

Beijos e boa sorte

Anônimo disse... @ 23 de janeiro de 2009 às 14:17

Voltei...

Bão, eu também acho a Jolie nada boa atriz. Não vou dizer que ela é péssima, pois aí vai soar como despeito. Mas eu também não sou fã da Jennifer Aniston, então posso ser imparcial, lá lá lá!

Bom, eu também ví o trailer e achei forçado, mas não cheguei a ler nada sobre a atuação dela. Só lí que o Clint Eastwood ofereceu o papel a ela, e, com isso o prestígio dela foi às nuvens.

Ainda não consegui assistir Marley e, pelo jeito, só vou conseguir quando sair em Ddd (segundo a Ciça).

Enfim, já me perdi no que ia dizer rssss

Beijos e ótimo weekend

d'Avila disse... @ 23 de janeiro de 2009 às 19:13

É, 41 aninhos, já começando a esclerosar, amnésia etc e tal...

Afinal, ela tem um crítico da "La Jolie" em casa, falando sempre nisso, e ainda vem aqui dizer que "os homens" adoram aquela cara de "vem me comer"???

Buááááááá...

Flávio Souza disse... @ 25 de janeiro de 2009 às 15:58

Divertidíssimo o texto! Gostei muito e concordo plenamente com ele! Muitas vezes a unanimidade é burra e é muito saudável nos opormos a ela!

Não que seja o caso da deusa Jolie! hehehehe!

Christiane disse... @ 29 de janeiro de 2009 às 09:52

Minha amiga

Eu me diverti lendo seu texto. Você fez um perfeito caminho de como funciona nossos pensamentos hehehehehe... Ainda mais em uma sala de espera..

Quanto às sutilezas eu concordo com você. E por isso sempre fiquei de olho nos nerds da classe. Uma vez fiquei com um "bam bam bam" da escola que era um horror, mas depois namorei um nerd que ninguém queria... Mas este nerd era bom amiga... Eles sempre surpreendem...

Amo intelectuais, ainda mais quando ninguém os deseja... O tesouro fica só para mim kkkkkkkkk

Grande beijo.

Anônimo disse... @ 23 de fevereiro de 2009 às 23:25
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